A agressão de militantes petistas contra o candidato a presidente José Serra (PSDB) na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, é reflexo do discurso agressivo e da pregação fascista contra o oposição adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata Dilma Rousseff. "Infelizmente começam a surgir aqueles que são guiados pelos desatinos do presidente da República, que quer extirpar a oposição. Quando Lula diz uma insanidade dessas provoca esse tipo de ódio na rua", criticou o presidente nacional do PPS, deputado federal eleito Roberto Freire.
A avaliação de Freire é compartilhada pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), que também responsabiliza o presidente Lula e o PT pela agressão contra José Serra. "Isso está ligado a tentativa de destruir ou eliminar o adversário a qualquer custo, postura típica de partidos e personalidades autoritárias e antidemocráticas", afirmou.
A agressão contra Serra aconteceu quando o candidato fazia uma caminhada pelo bairro do Campo Grande, no Rio, e foi cercado por militantes petistas, que o impediram de seguir com a campanha e começaram a insultá-lo. Na confusão, Serra foi atingo na cabeça por um objeto arremessado por militantes do PT. Ele chegou a ser levado para uma clínica, onde fez exames, e os médicos lhe recomendaram repouso, o que ocasionou o cancelamento do restante de sua agenda no dia.
Na avaliação de Jungmann, a pregação de Lula, que chegou a propor a extirpação da oposição, também contribui para o acirramento dos ânimos, o que descamba para violências como a praticada nesta quarta-feira contra José Serra. "Quando Lula esteve aqui em Pernambuco e me agrediu, e agrediu também o senador Marco Maciel, eu alertei que ele estava insuflando e estimulando o ódio das massas. Isso porque Lula, com a popularidade que tem pelo fato de ser presidente da República, ao apontar e propor a extirpação, destruição e a agressão aos adversários na política, ainda que de forma verbal, pode estar estimulando algum maluco, algum desavisado e fanático, a tornar realidade o que ele verbalizou".
O alerta não foi levado em conta pelo presidente e, como Jungmann previu, Serra, principal referência da oposição, acabou se tornando alvo "da insanidade política". "Isso é uma regressão em termos de cultura política e deve ser creditado não só ao presidente, mas também ao seu partido".
Para Jungmann, essa agressividade tem como pane de fundo o estilo de fazer política que é próprio do PT. "Isso também tem acontecido aqui em Pernambuco. Ainda ontem (19/10) nós tivemos problemas quando fomos fazer um adesivaço para Serra em Recife. Inclusive nós temos orientado a nossa militância a não aceitar e nem devolver provocações", contou o deputado. Esse tipo de atitude, avalia o parlamentar, também reflete o desespero que vive hoje o PT. "Eles julgavam que iriam ganhar a eleição no primeiro turno e agora estão vendo a vitória fugir das suas mãos porque Serra é o favorito para ganhar o segundo turno. Aí apostam na antipolítica, na despolitização, no nós contra eles", finalizou.